As forças de segurança pública apreenderam 123,69 quilos de drogas na RMVale durante o mês de novembro deste ano, alta de 104,28% na comparação com o mesmo período em 2023, quando 60,33 quilos de drogas foram recolhidas. Os dados são da SSP (Secretaria de Segurança Pública) de São Paulo.
No interior de São Paulo, a polícia apreendeu 12,4 toneladas de drogas em novembro -- aumento de 126% com relação ao mesmo período de 2023, quando 5,5 toneladas de entorpecentes foram retiradas de circulação. A maior parte das apreensões foi de maconha, totalizando 10,6 toneladas. No ano, são 126,7 toneladas de drogas apreendidas no interior paulista, sendo pouco mais de 100 toneladas só de maconha.
As Polícias Civil e Militar ainda retiraram das ruas 672 armas de fogo ilegais. Houve ainda a recuperação de 1.801 veículos roubados ou furtados. No mês passado, 11.064 infratores foram presos e apreendidos, sendo a maior parte em flagrante.
Estado
Em todo o território paulista, as polícias recolheram 21,5 toneladas de drogas em novembro. O número representa um volume 119% maior em relação a novembro de 2023, quando 9,8 toneladas foram apreendidas. Só de cocaína, foram 2,3 toneladas.
No período, 16,9 mil infratores foram presos ou apreendidos como resultado do trabalho ostensivo e investigativo no estado, representando um aumento de 12,6%.
As Polícias Civil e Militar ainda retiraram das ruas 1.133 armas de fogo ilegais, sendo 27 fuzis. Foram recuperados 4.650 veículos furtados ou roubados em todo o território paulista.A RMVale é líder de homicídios e latrocínios (roubos seguidos se morte) no interior de São Paulo, de acordo com novos dados oficiais divulgados pela Secretaria de Segurança Pública do estado.
A região registra ainda a maior taxa de homicídios por 100 mil habitantes de todo o território paulista, com aproximadamente três vezes a média da capital.
O governo do Estado atribui os elevados índices de violência no Vale do Paraíba a uma disputa entre facções criminosas do Rio de Janeiro e o PCC (Primeiro Comando da Capital) na região.
Dados oficiais revelam que, entre janeiro e novembro deste ano, a RMVale foi palco de 270 homicídios e 15 latrocínios (285 assassinatos no total) -- no ano anterior, neste mesmo período, foram 281 homicídios e 13 latrocínios (com o total de 294 vítimas).
Na comparação entre 2023 e 2024, o número de homicídios teve queda de 3,91%, insuficiente para tirar a região do topo do pódio da violência em São Paulo, posição que ocupa desde 2010.
Entre as regiões administrativas do interior, o Vale lidera com folga o índice de homicídios: 1º RMVale (270 homicídios/15 latrocínios); 2º Piracicaba (217/6); 3º Ribeirão Preto (206/10); 4º Sorocaba (176/9); 5º Campinas (173/11); 6º Baixada Santista (130/13); 7º Bauru (103/4); 8º São José do Rio Preto (90/6); 9º Araçatuba (73/5); e 10º Presidente Prudente (64/3).
Taxa de Mortes
De acordo com o Estado, a RMVale é a região com a maior taxa de homicídios por 100 mil habitantes, usada estatisticamente para comparar áreas diferentes, por meio de um índice que corresponde à média de assassinatos por habitantes.
Nos últimos 12 meses, entre dezembro de 2023 e novembro de 2024, o Vale teve taxa de 12,11 homicídios por 100 mil habitantes -- muito acima da média estadual (5,97), do interior (7,05), da Grande São Paulo (5,16) e da capital paulista (4,36), segundo dados oficiais da Secretaria de Segurança Publica.
No interior, atrás da RMVale, estão as regiões de Araçatuba (10,31), Piracicaba (7,56), Baixada Santista (7,08), São José do Rio Preto (6,44), Ribeirão Preto (6,27), Bauru (6,25), Presidente Prudente (6,23), Sorocaba (6,04) e Campinas (5,06).
Pé de guerra
De acordo com o governador de São Paulo, conforme revelou OVALE, a RMVale é o campo de batalha entre os 'irmãos' do PCC, facção que foi criada em Taubaté em 1993 e se espalhou por todo o país, e os criminosos cariocas de grupos como o CV, TC (Terceiro Comando) e o ADA (Amigos dos Amigos).
Em disputa estão o controle de pontos de venda de droga, no 'varejo', e também o domínio de uma área estratégia, por onde o crime organizado escoa 90% das drogas e armas que abastecem facções no Rio de Janeiro.
Como resultado, na avaliação de Tarcísio, os índices de homicídio no Vale estão em um patamar muito mais elevado do que no restante do estado. Segundo Tarcísio, nas demais regiões do estado há hegemonia do PCC, o que eliminaria as disputas por pontos de tráfico de drogas e, consequentemente, acarretaria em menos conflitos e mortes. Revelada em 2010, em uma série de reportagens de OVALE, a liderança do Vale no ranking da violência teve início em 2010.
Governador
"Por que São Paulo tem uma das menores taxas [de homicídios] do Brasil? Porque aqui temos uma facção hegemônica [PCC], temos pouca disputa. E onde é que o estado de São Paulo tem os maiores índices de homicídio? Justamente no Vale do Paraíba (...) Isso é um reflexo da proximidade com o Rio de Janeiro. Isso é o crime organizado tentando, com as facções criminosas do Rio de Janeiro, ingressar no território de São Paulo e a contenção da facção hegemônica de São Paulo.
É o Comando Vermelho, Terceiro Comando e Amigo dos Amigos contra o PCC. Eles tentam entrar no território paulista e são contidos, mas aí tem disputa pelos pontos de drogas. É por isso que os índices de homicídios no Vale do Paraíba são muito maiores do que no restante do estado todo. Há uma hegemonia de uma facção no estado todo [PCC] e há uma disputa no Vale do Paraíba", afirmou o governador.