Polícia Civil, Ibama, Comando Ambiental da Brigada Militar e Instituto Geral de Perícias vistoriaram a loja da Cobasi, no subsolo do Praia de Belas Shopping, que ficou completamente alagada em decorrência das enchentes que atingem o Rio Grande do Sul.
Segundo a titular da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, delegada Samieh Saleh, que investiga o caso, 38 animais mortos foram encontrados no local.
“Identificamos pássaros, roedores e peixes, mas acreditamos que há outros animais além desses que retiramos. Como a água ainda está um pouco acima do joelho, não foi possível fazer uma análise de todo o ambiente, então a gente tentou pegar todos os animais que estavam à vista para materializar”, conta à reportagem.
A estrutura, que fica na área central da capital gaúcha, ainda não teve o fornecimento de energia normalizado, dificultando a investigação. Durante a vistoria, os agentes constataram que computadores e outros equipamentos eletrônicos foram retirados do nível e levados ao mezanino da loja, que fica no andar térreo e não foi atingido pela inundação.
“Nós localizamos alguns CPUs dentro de um carrinho de compras no mezanino, o que denota aí que eles tiveram uma preocupação em levantar esses objetos e com relação aos animais não”, relata Saleh.
A gerente da loja e responsáveis pelo centro comercial já foram ouvidos.
Além desta loja, outra unidade da rede também está sendo investigada, na Zona Norte da cidade. “A gente vai seguir ouvindo pessoas para identificar se teve uma ordem, alguém com o poder de mando aí para que tenha determinado que esses animais deveriam ficar lá ou ainda a omissão com relação à retirada desses animais”, destaca.
O Instituto-geral de Perícias analisa as carcaças para apontar a causa das mortes. Os responsáveis podem responder maus-tratos, com detenção de três meses a um ano, além de multa. A pena pode ser aumentada em decorrência da morte de cada animal.
Cobasi alega “altura segura para o momento da evacuação”.
A rede de lojas informou, por nota, que seguiu as orientações das autoridades no momento da evacuação e que os colaboradores tomaram as providências necessárias para garantir a segurança dos animais.
Quanto aos computadores que foram retirados, a Cobasi afirma que “apenas as 4 CPUs dos checkouts da loja foram levadas ao andar superior, por se encontrarem a 20 centímetros do chão” e que todos os outros equipamentos relacionados aos checkouts permaneceram em suas posições originais. A marca ainda destaca que “continuará a contribuir no apoio e assistência a todos no Rio Grande do Sul”.