Setores da terceira via que têm sido alvo de uma ofensiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sinalizaram resistência em apoiar o petista já no primeiro turno das eleições. Lula insiste em costurar uma aliança que inclua o PSD de Gilberto Kassab, o MDB de Simone Tebet e até a União Brasil de Luciano Bivar. Nesta quinta-feira (14), Kassab, presidente do PSD, afirmou que o partido não está unido em relação a quem endossar no pleito presidencial e defendeu que a sigla adote a neutralidade. A posição de Kassab foi divulgada após o partido tentar articular mais de uma vez uma candidatura própria à Presidência da República e sob constantes investidas do PT.
Na quarta (13), Lula afirmou em reunião com senadores e com o presidente da Casa legislativa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que não desistiria do apoio do partido ainda na primeira etapa da eleição presidencial. No encontro, Lula citou que pretende trabalhar pelo apoio do MDB e da União Brasil. No texto divulgado por Kassab, o ex-prefeito diz que o posicionamento pela neutralidade decorre de consulta feita a diversas instâncias da legenda. "Foram ouvidos parlamentares (em todos os níveis), dirigentes partidários, líderes de todos os cantos do país. A constatação é que não temos unidade para caminhar coligados com um candidato de outro partido", afirma. "Diante dos fatos apresentados, encaminho como proposta para nossa convenção nacional que o Partido Social Democrático adote a neutralidade nesta eleição presidencial." O dirigente partidário ainda disse que divulgará sua preferência pessoal para as eleições no "momento apropriado". A expectativa de aliados é que Kassab declare apoio a Lula.
Os outros dois partidos citados por Lula no encontro com Pacheco MDB e União Brasil também estão numa situação em que um possível endosso a Lula ainda no primeiro turno é considerado improvável. Dirigentes da União Brasil, sigla com o maior tempo de TV, consideram remota a possibilidade de apoio a Lula no primeiro turno, mas não descartam completamente a ideia.