Em uma virada inesperada, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva segue a mesma rota de seu antecessor, Jair Bolsonaro, ao impor sigilos de 100 anos sobre os gastos do cartão corporativo. O que parecia ser uma promessa de transparência durante as eleições de 2022, quando Lula declarou: “Tudo é motivo de sigilo, tudo é motivo de sigilo.
Quando eu assumir, vou revelar o que você esconde!”, virou uma prática cada vez mais controversa.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) elevou as despesas classificadas como sigilosas no cartão corporativo durante os dois primeiros anos de sua gestão e manteve o sigilo de 100 anos sobre os dados, prática também adotada no governo de Jair Bolsonaro (PL). Apesar de ter prometido extinguir essa política em 2023, a proposta ainda não foi implementada. Durante a campanha de 2022, Lula criticou duramente os sigilos impostos por Bolsonaro.
De acordo com um levantamento do jornal O Globo, divulgado no sábado (4), a Presidência gastou R$ 38,3 milhões em despesas ocultas com o cartão corporativo entre janeiro de 2023 e outubro de 2024. A análise foi baseada em pedidos realizados via Lei de Acesso à Informação entre 1º de janeiro de 2023 e 20 de dezembro de 2024.
Na campanha de 2022, Lula declarou em um debate: “Tudo é motivo de sigilo. Isso tem perna curta, porque vai acabar. Vou ganhar as eleições e, no dia 1º de janeiro [de 2023], vou expor o seu sigilo para que o povo saiba o que você esconde. Afinal, se é bom, não precisa esconder”.
Entretanto, até o momento, a promessa de acabar com os sigilos sobre os gastos não foi concretizada.