A primeira casa de espetáculos da Amazônia está completando 145 anos. O 'Theatro da Paz' foi construído quando Belém era considerada a capital da borracha, no século XIX, e foi palco das primeiras apresentações de ópera da região. Tradição mantida até hoje com um festival reconhecido internacionalmente.

"Muitos cantores líricos estão pedindo. Até esse ano, nós tivemos alguns cantores líricos de fora que pediram para adicionar o nosso festival de ópera", conta o diretor do Theatro da Paz, Daniel Araújo.

O subir e descer de cenários e cortinas para tantas estrelas conta, há 46 anos, com a técnica e o amor do Seu Ribamar. Este foi o primeiro e o único emprego dele.

"Uma gratidão muito grande, entendeu? Por tudo que esse teatro representou para mim, ainda representa, e vai representar", diz o cenotécnico Ribamar Monteiro.

Um dos palcos mais concorridos da região Norte do país recebe visitantes não só em dia de espetáculo. Nos passeios guiados, a monitora conta alguns dos detalhes guardados em cada canto daquela verdadeira joia arquitetônica.

"Eu, como acadêmica de turismo, trabalhando aqui, gosto que as pessoas tenham o sentimento de pertencimento, né? Com o nosso território, com a nossa história", afirma a monitora Maria Souza.

Em 145 anos, são muitas histórias. Mas, entre as curiosidades que mais chamam atenção dos visitantes está o camarote principal, criado especialmente para o Imperador Dom Pedro II. No final das contas, ele foi a Belém, porém, por algum motivo, não chegou a conhecer o 'Theatro da Paz'. Hoje, o espaço é reservado a chefes de Estado.

Cada um leva das visitas um tipo de percepção. Camila é de Macapá e visitava o teatro com a família pela primeira vez. "Eu sou muito apaixonada assim por essa questão da cultura, né? Do nosso país, mas, principalmente, da nossa cultura do Norte. É muito bonito... essa questão da Amazônia", observa a empresária Camila Franklin.