PARIS (Reuters) - O presidente da França, Emmanuel Macron, disse nesta segunda-feira que o país precisa melhorar a disponibilidade de cuidados paliativos e que haverá um projeto de lei até setembro sobre se alguma forma de morte assistida deve ser permitida.
Ele afirmou que o projeto de lei se basearia no trabalho de um grupo de 184 cidadãos franceses nomeados aleatoriamente que debatem a questão desde dezembro. Eles concluíram seu trabalho neste fim de semana com 76% deles dizendo ser a favor de permitir alguma forma de assistência para morrer, aos que assim quiserem.
Macron não disse se deseja que a eutanásia ou o suicídio assistido sejam permitidos na França ou se o projeto de lei incluiria um ou ambos. Ele declarou que o assunto continuará sendo analisado, mas que o consenso é importante em uma questão tão delicada.
O conselho nacional de médicos da França, l'Ordre Des Medecins, disse que se opõe a envolver médicos em ajudar pessoas a se matarem.
O suicídio assistido quando o pessoal médico dá a alguém os meios para se matar -- ou a eutanásia voluntária em que um médico desempenha um papel ativo para acabar com a vida de uma pessoa a pedido dessa pessoa é permitido em vários países da Europa.
O suicídio assistido é legal na Suíça desde a década de 1940.
A eutanásia é legal na Bélgica, Holanda, Luxemburgo e Espanha, e, no ano passado um italiano, que ficou paralítico 12 anos antes em um acidente de trânsito, morreu no primeiro caso de suicídio assistido na Itália.
(Reportagem de Ingrid Melander e Blandine Henault)