O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, repudiou o ataque em massa contra a Ucrânia, afirmando que a Rússia cometeu uma grave violação à segurança nuclear quando bombardeou áreas próximas à usina de Zaporizhzhia. 

A infraestrutura, sob ocupação russa desde o ano passado, teve a energia cortada temporariamente.

"A interrupção de energia obrigou à utilização de geradores de emergência a gasóleo para arrefecer a central, o que aumentou muito o risco de acidente nuclear. 

Trata-se de uma grave violação à segurança nuclear, provocada pela Rússia. Zaporizhzhia é a maior central nuclear da Europa. E a Rússia pôs em risco a segurança de todo o continente europeu, inclusive a própria Rússia", disse Borrell.

A declaração foi reforçada pelo diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, que alertou, mais uma vez, para a frágil e perigosa situação na qual a usina está exposta. 

Segundo ele, a suspensão de energia durou por um período de 11 horas, que, se ampliado, poderia ter resultado em um acidente nuclear.

"A experiência nos diz que isso provavelmente acontecerá de novo e de novo, a menos que façamos algo para evitá-lo. A situação é insustentável. Se permitirmos que isso continue de tempos em tempos, um dia a nossa sorte se esgotará. É preciso agir agora para se comprometer a proteger a segurança nuclear e a segurança da usina", disse Grossi.

Além de Zaporizhzhia, o ataque em massa atingiu ao menos 10 cidades ucranianas, deixando, conforme contagem do Ministério de Defesa do Reino Unido, 11 mortos e dezenas de feridos. 

No total, foram lançados 81 mísseis russos, atingindo, sobretudo, infraestruturas elétricas e edifícios residenciais. Pelas redes sociais, o presidente Volodymyr Zelensky informou que muitas regiões estão temporariamente sem energia e água.