A Ucrânia continuará sem os tanques alemães Leopard-2, pelo menos por enquanto. O envio da arma foi tema de uma reunião de chefes da Defesa de 30 países da Otan e nações aliadas, nesta 6ª feira (20.jan), na Base Aérea de Ramstein, na Alemanha, mas não houve consenso.
A hesitação de Berlim em fornecer os blindados para ajudar a Ucrânia a combater a invasão russa tem exasperados parceiros europeus, os Estados Unidos, e principalmente o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que expressou sua frustração por não obter armamento suficiente dos aliados ocidentais. Falando por vídeo, o líder ucraniano afirmou que a guerra "não permite atrasos".
Berlim, no entanto, não cedeu a pressão. Em coletiva à imprensa, o ministro da Defesa da Alemanha, Boris Pistorius, informou que ainda não há decisão sobre o envio de tanques para a Ucrânia. "No que diz respeito à entrega do Leopard, não há opinião unânime", afirmou.
"Existem boas razões para a entrega e boas razões contra ela. E dada a situação geral de uma guerra que já dura quase um ano, todos os prós e contras devem ser pesados ??com muito cuidado, e essa avaliação é explicitamente compartilhado por muitos aliados", acrescentou.
Sem autorização da Alemanha, diversos países europeus que possuem os tanques, modelo mais usado no continente, não podem exportá-los para a Ucrânia. Pistorius, contudo, afirmou que a discussão sobre o envio está em estágio avançado e que ordenou ao ministério que examinasse os estoques de tanques Leopard-2 para que o país possa "agir rapidamente" no caso de uma "decisão positiva".
Nova ajuda militar para a Ucrânia
Ainda que não tenha conseguido o Leopard-2, a Ucrânia receberá nova ajuda militar. Antes mesmo do início da reunião desta 6ª feira, os Estados Unidos já haviam divulgado um novo pacote de ajuda de US$ 2,5 bilhões em armamentos, incluindo veículos blindados Stryker, oito sistemas de defesa aérea Avenger, 350 Humvees e mais de 100 mil cartuchos de munição.
O país foi seguido pela Finlândia, que anunciou um pacote de ajuda militar de 400 milhões de euros. O Reino Unido prometeu o envio de 600 mísseis Brimstone, a Dinamarca irá doar 19 obuses Caesar de fabricação francesa e a Suécia prometeu um sistema de artilharia.
O influxo de novas armas, tanques e veículos blindados ocorre em um momento em que a Ucrânia enfrenta intensos combates no leste do país, em torno da cidade de Bakhmut e Soledar. Espera-se que as batalhas se intensifiquem na primavera.