Os Estados Unidos cogitam restringir a entrada de viajantes da China por causa do aumento de infecções pelo coronavírus. Os chineses estão enfrentando uma explosão de novos casos depois do fim da política conhecida como "covid zero".
Os hospitais lotados no território chinês têm a maioria dos pacientes em tratamento por complicações da covid-19. Por quase três anos, o governo do país adotou a política de covid zero.
A meta era não ter casos da doença e, para isso, a população foi controlada ao extremo. Ao sinal de poucos testes positivos em um bairro ou cidade, comunidades inteiras eram obrigadas a fazer isolamento, mesmo com grande parte dos moradores já vacinada.
As regras começaram a mudar há cerca de um mês, depois que a população foi para as ruas protestar. A ditadura chinesa, não acostumada com manifestações, teve que lidar com a fúria popular depois que mais de dez pessoas morreram por causa de um incêndio.
O socorro demorou a chegar por conta dos bloqueios policiais que controlavam ida e vinda das pessoas. Os chineses que faleceram sufocados pela fumaça estavam em isolamento forçado pela política de covid zero.
Agora, a China começa a viver o que mundo experimenta já há algum tempo. O trânsito da população foi liberado, e a partir do dia 8 de janeiro viajantes internacionais não terão mais que ficar em quarentena obrigatória. Bastará apresentar um teste negativo de covid feito até 72 horas antes do embarque.
Mas o aumento repentino do número de casos de covid na China preocupa outros países. A Itália voltou a exigir testes para viajantes que chegam de lá, medida adotada também por Japão, Malásia e Índia.
A Casa Branca, dos Estados Unidos, informou ainda que há dúvidas sobre a transparência do governo chinês em reportar o número real de infectados e o aparecimento de novas variantes do coronavírus.
Em resposta, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, disse que todos os lados precisam se basear na ciência e adotar uma abordagem coordenada para garantir a segurança em viagens internacionais.