A China resolveu aposentar o aplicativo que usava para rastrear casos de covid-19 e controlar a movimentação dos cidadãos. A medida é mais uma resposta às manifestações contra o governo. Agora, com a flexibilização acelerada, as autoridades temem um novo surto da doença.
Caso a pessoa tivesse sido exposta ao vírus, podia ser barrada de vários lugares e também ser forçada a cumprir quarentena. A China vinha adotando a política de covid-zero desde o começo da pandemia. A medida provocou forte descontentamento da população, que, em um raro desafio ao governo, foi às ruas.
Neste domingo (11.dez), hospitais registraram filas de pacientes com febre e outros sintomas de infecção pelo coronavírus. Foram 22 mil atendimentos no dia, número 16 vezes maior que o registrado na semana anterior, efeito do relaxamento das rígidas regras de isolamento pela primeira vez em quase três anos no país.
Profissionais de saúde que trabalham na Casa Branca, nos Estados Unidos, já haviam dito que a política de covid-zero da China não era eficaz. Assim como os europeus, os americanos ajudaram na pressão internacional ao condenar a repressão aos protestos chineses.
A China relata 8.600 novos casos de covid-19 em todo o país. O número total de mortes pela doença está em 5.235, mas especialistas em saúde alertam que devem haver bem mais vítimas, já que não é possível checar de forma independente os dados fornecidos pelo governo.