Funcionários da maior fábrica da Apple no mundo, a Foxconn, localizada em Zhengzhou, na China, foram vistos confrontando a polícia durante uma manifestação em que reivindicavam melhores salários e reclamavam das condições sanitárias do local.

Vídeos divulgados nas redes sociais mostram os trabalhadores enfrentando uma fileira de policiais com trajes de proteção branco e escudos plásticos. Alguns manifestantes são agredidos com cassetetes. As cenas acontecem dias depois da fábrica realizar uma contratação em massa de novos funcionários para evitar escassez na produção durante a temporada de fim de ano.

Para isso, a fábrica Foxconn prometeu bônus diários. No entanto, a promessa não foi mantida. Uma funcionária do local afirmou ter deixado o emprego em um bufê para ganhar 25.000 yuans por dois meses de trabalho, mas descobriu que teria que trabalhar dois meses mais para receber a quantia. Além disso, eles reclamam que as medidas anti-covid na planta são insuficientes.

Segundo as denúncias, trabalhadores que testam positivo para covid não estão sendo separados do restante da força de trabalho. Isso acontece em um momento em que a China volta a colocar milhões em isolamento após surtos causados por variantes da ômicron causarem as primeiras mortes em mais de seis meses no país.

A Foxconn, com sede na cidade de New Taipei, Taiwan, disse em comunicado que o "subsídio de trabalho" "sempre foi cumprido com base em obrigações contratuais". Também negou o que disse serem comentários online de que funcionários com o vírus viviam em dormitórios na fábrica de Zhengzhou, afirmando que todas as instalações foram desinfetadas e aprovadas nas verificações do governo.