Governo russo concentra mais de 100 mil soldados na fronteira com o país vizinho e poderia tomar a capital Kiev em 48 horas. Ucrânia minimiza declarações e fala em 'solução diplomática'.
A Rússia pode invadir a Ucrânia dentro de dias ou semanas, mas ainda pode optar por um caminho diplomático, disse o assessor de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, neste domingo (6).
"A qualquer momento, a Rússia pode tomar uma ação militar contra a Ucrânia", disse assessor de Biden em entrevista ao programa de TV "Fox News Sunday". "Ou pode ser daqui a algumas semanas, ou a Rússia pode optar por seguir o caminho diplomático".
O governo russo nega ter planos de atacar a Ucrânia, mas concentra mais de 100 mil soldados perto da fronteira com o país. E a escalada da crise expõe, mais uma vez, as divergências históricas entre EUA e Rússia.
A Rússia alega que o leste europeu é sua área de influência e exige que os EUA e a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) parem de avançar sobre a região (desde o fim da União Soviética, vários países passaram a fazer parte da aliança militar e ou da União Europeia).
Os russos exigem que os EUA e a Otan garantam que a Ucrânia nunca fará parte da aliança militar, mas os países do Ocidente se negam a aceitar essa imposição, que consideram inaceitável. Os russos também querem que tropas ocidentais sejam retirados de países próximos à sua fronteira.
Segundo a agência de notícias France Presse, os serviços de inteligência americanos acreditam que os russos podem tomar Kiev, a capital da Ucrânia, e derrubar o presidente Volodymyr Zelensky em cerca de 48 horas se optar por um ataque em grande escala.
Tal ataque deixaria de 25 mil a 50 mil civis mortos, de 5 mil e 25 mil soldados ucranianos e de 3 mil a 10 mil soldados russos. Também poderia desencadear uma avalanche de 1 a 5 milhões de refugiados, principalmente para a Polônia.
Perguntada sobre a chance de uma invasão russa, a embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, disse à CNN: "Ainda estamos trabalhando para desencorajar os russos de fazerem a escolha errada de escolher o confronto".