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EUA se movimenta para fechar cerco contra ditador Nicolas Maduro.

Publicada em 20/11/24 às 08:51h - 39 visualizações

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EUA se movimenta para fechar cerco contra ditador Nicolas Maduro.
 (Foto: RADIO WEB NEW VALE)
Os Estados Unidos estão se movimentando para apertar o cerco sobre o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, reconhecendo o opositor Edmundo González Urrutia como "presidente eleito" e com um projeto de lei comercial chamado Bolívar, para desgosto de Caracas.

Em uma mensagem na rede social X, o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, afirmou que "o povo venezuelano se pronunciou claramente em 28 de julho" tornou "Edmundo González presidente eleito".

"A democracia exige respeito à vontade dos eleitores", acrescentou, quase quatro meses depois do pleito. Em agosto, reconheceu que a oposição tinha conseguido mais votos.

Seu correlato venezuelano Yván Gil o chamou de "ridículo".

Nos Estados Unidos, um país muito polarizado politicamente, enfrentar Maduro é é uma das poucas questões em que democratas e republicanos concordam.

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou na segunda-feira o projeto de lei bipartidário Bolívar, que ainda precisa da aprovação do Senado e da assinatura do presidente para entrar em vigor.

O texto, oficialmente chamado de Proibição de Transações e Arrendamentos com o Regime Autoritário Ilegítimo Venezuelano, proíbe os Estados Unidos de assinarem contratos com pessoas que façam negócios "com o governo ilegítimo de Nicolás Maduro" ou qualquer outro "não reconhecido como legítimo pelos Estados Unidos".

Caracas reagiu com uma declaração furiosa, chamando-o de "ataque criminoso".

"De maneira desavergonhada, colocaram sigla de Bolívar, em uma ofensa ao maior gênio da história americana, que dedicou sua vida a derrotar o imperialismo e o colonialismo, antivalores contidos nesse novo ataque criminoso", escreveu o Ministério das Relações Exteriores.

Segundo o governo venezuelano, esse instrumento tem como objetivo impedir a cooperação econômica entre os dois países e viola a Carta da ONU, "somando-se às mais de 930 medidas coercitivas unilaterais e extraterritoriais" impostas a Caracas.

- Impacto 'limitado' -

"É uma lei de impacto bastante limitado", porque já existe outra "que proíbe o setor de defesa, o Pentágono, de firmar qualquer contrato com uma empresa que tenha qualquer relação comercial com o governo venezuelano", explica à AFP o analista Mariano De Alba, especialista em geopolítica e direito internacional.
Uma das forças motrizes por trás do projeto de lei é o republicano Mike Waltz, um falcão escolhido pelo presidente eleito dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump, como futuro assessor de Segurança Nacional da Casa Branca. E ele não mede palavras.

"A Venezuela está em crise devido ao governo ilegítimo e autoritário e às políticas marxistas de Nicolás Maduro e seu cartel de Caracas", disse ele em um comunicado.

- Cortar a 'rede de apoio' -

"Nossa política deve se basear na solidariedade aos corajosos ativistas que se esforçam para quebrar as correntes da opressão e não fornecer ajuda e conforto a seus opressores", acrescenta o congressista republicano.

A outra patrocinadora do projeto de lei, a democrata Debbie Wasserman Schultz, concorda com a necessidade de aumentar a pressão para estar "comprometidos com o povo venezuelano".

A congressista já promoveu, com colegas republicanos, dois outros projetos de lei na Câmara dos Representantes do Congresso.

Por um lado, a Lei de Revogação, com o objetivo de rescindir as licenças concedidas a várias empresas petrolíferas para operar na Venezuela e, por outro, a Lei Valor, que, entre outras coisas, reafirma as sanções financeiras ao Banco Central da Venezuela, à Petróleos de Venezuela (PDVSA) e às criptomoedas venezuelanas, e bloqueia a assistência estrangeira a qualquer país que ajude Maduro.

O setor petrolífero da Venezuela está sob sanções desde 2019, mas Washington concede licenças individuais para operar na Venezuela a várias empresas, incluindo a americana Chevron.

A vitória eleitoral de Trump ameaça endurecer a posição de Washington.

Para De Alba, o projeto de lei "começa a dar indícios sobre qual provavelmente será a política", que consistirá em "manter as sanções existentes e expandir ou reinstaurar sanções".

A escolha do senador Marco Rubio como futuro chefe da diplomacia reforça esta hipótese.

Rubio trará consigo "sanções mais rígidas e, infelizmente, uma retórica mais dura e não construtiva", disse à AFP Christopher Sabatini, pesquisador da América Latina no think tank britânico Chatham House, antes mesmo de Trump escolher o senador latino para o cargo.

"Não me surpreenderia que Trump dê carta branca tanto a Marco Rubio quanto a Mike Waltz para que avancem com a política" que considerem adequada, "muito provavelmente com um discurso contundente e também com a ampliação das sanções", explica De Alba.




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