Governado por Romeu Zema (NOVO) Minas Gerais foi o estado que registrou a maior taxa de positividade de testes para a Covid-19 no mês de agosto, segundo dois relatórios independentes divulgados na quarta-feira (30).
Um dos levantamentos é da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), que representa laboratórios e clínicas privadas. O outro é do Instituto Todos pela Saúde (ITpS).
A taxa de testes positivos para Covid-19 aumentou no Brasil nas primeiras semanas de agosto. A alta em ambos os levantamentos é da ordem de 7 pontos percentuais, o que representa o dobro de pessoas que testaram positivo para o vírus Sars-Cov-2.
Estados com maiores índices:
Minas Gerais (21,4%)
Goiás (20,4%)
Distrito Federal (19,5%)
Paraná (15,7%)
São Paulo (14,1%)
Mato Grosso (13,6%). Os dados são do ITpS.
Vacina da UFMG.
Na semana em que foi registrada alta de Covid no Brasil, a Anvisa liberou o início da penúltima fase dos testes da SpiN-Tec, a primeira vacina 100% brasileira contra a doença desenvolvida pelo Centro de Tecnologia de Vacinas da UFMG. A liberação foi publicada nesta quarta-feira (30), no Diário Oficial da União (DOM).
Os testes clínicos, ou seja, em humanos, são organizados em três fases. A expectativa é de que a vacina chegue aos braços da população em 2025, mas, para o andamento da pesquisa, é necessária a participação de voluntários.
Divulgado na última sexta (6/10), o mais recente Boletim Infogripe da Fiocruz aponta um aumento, em todo o Brasil, de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) nas tendências de longo prazo e de curto prazo. Segundo a atualização, sete estados apresentam sinal de crescimento de SRAG na tendência das últimas seis semana: Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo. No Maranhão e Pernambuco, o aumento se concentra nas crianças.
Em Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo, esse quadro se observa nas faixas etárias da população adulta decorrente do Sars-CoV-2 (COVID-19).
Por outro lado, o atual quadro mostra ainda que as ocorrências de influenza A e do vírus sincicial respiratório (VSR) mantém estabilidade ou queda na maioria dos estados; e os casos de rinovírus dão sinais de queda após terem apresentado aumento no mês de agosto. Com relação as faixas etárias, o cenário aponta interrupção do crescimento de SRAG na que havia sofrido maior impacto: crianças e adolescentes de dois a 15 anos.
O coordenador do InfoGripe, o pesquisador Marcelo Gomes mostra preocupação com o aumento de SRAG associado à COVID-19. "A gente já tinha o sinal no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Goiás também. Agora, a gente já observa esse sinal também em Minas Gerais, nos estados da região Sul e no Distrito Federal. Então, temos agora um volume maior, um território mais amplo do nosso país com essa situação, com esse cenário de crescimento nas novas internações associadas à COVID-19, especialmente na população de idade mais avançada".
Diante do atual quadro, Gomes ressalta mais uma vez a importância da população "estar em dia" com a vacina contra a COVID-19. Ele destaca que a vacinação é "extremamente fundamental", especialmente nesse momento em que se verifica a retomada do aumento de casos de COVID-19 em vários estados do país.
"Embora no Norte e Nordeste, de uma maneira geral, ainda não observe esse cenário, fica o alerta. Assim como está avançando em outras regiões, mais cedo ou mais tarde também pode começar a ser observado no Norte e Nordeste. Até porque no estado do Amazonas, por exemplo, a gente vê um leve sinal que pode apontar já nessa direção", afirma.
Capitais
Entre as capitais, oito apresentam crescimento: Belo Horizonte (MG), plano piloto e arredores de Brasília (DF), Campo Grande (MS), Palmas (TO), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ), São Luís (MA) e São Paulo (SP). Em Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo se observa aumento principalmente na população de idade avançada. Em Campo Grande, Rio Branco, Palmas e São Luís o sinal ainda é compatível com a oscilação.