O Palmeiras se consagrou campeão , na noite de quarta-feira (6), a maior virada da história do Campeonato Brasileiro na era dos pontos corridos, possível graças ao talento do jovem Endrick. Com um empate Cruzeiro, 1 a 1, no Mineirão, sacramentou o que havia deixado muito bem encaminhado no fim de semana e conquistou uma edição que esteve nas mãos do Botafogo que chegou a ter 13 pontos de vantagem do 2° colocado.
Nunca houve, desde que o torneio passou a ser disputado no sistema de pontos corridos, em 2003, virada desse tamanho. Nem em 2009, quando o Flamengo esteve 13 pontos atrás do próprio Palmeiras antes de levantar a taça. Na ocasião, a maior frente do clube alviverde sobre o segundo colocado, que não era o Flamengo, foi de cinco pontos.
Nunca um líder que abriu sete pontos em relação ao segundo colocado havia ficado sem o título.
No caso alviverde, a reviravolta foi concluída com um empate, no Mineirão, gols de Endrick e Nikão. Apesar do resultado, acabaram as chances de Atlético e Flamengo, meramente matemáticas. O Atlético era o mais próximo, três pontos atrás, mas com enorme diferença no saldo de gols: 31 a 23.
Até a penúltima rodada, quando o Palmeiras derrotou o Fluminense por 1 a 0 e praticamente selou o título, cinco clubes ainda estavam na briga. Foi o segundo maior número de postulantes na 37ª rodada desde 2009, quando seis clubes chegaram vivos a esse momento.
O treinador Abel Ferreira que ainda segue sem futuro definido, soube preservar no primeiro semestre o garoto, que completou 17 anos em julho. O jovem teve fase irregular e acabou sacado do time. Mas Abel voltou a apostar nele para ocupar a vaga de Dudu, uma das maiores referências do elenco, abatido em agosto por lesão grave. Mesmo fora da reta final, ele agora chegou ao 12º título e igualou o recorde de Ademir da Guia. Na 34ª rodada, depois de se recuperar de uma derrota para o Flamengo por 3 a 0 e aplicar o mesmo placar ao superar o Internacional, o Palmeiras assumiu a ponta da tabela e de lá não mais saiu.
Com o triunfo sobre o Cruzeiro, a formação comandada por Abel Ferreira chegou aos 70 pontos, com 20 vitórias, 10 empates e 8 derrotas. Com 64 gols marcados e 32 sofridos, teve o melhor ataque e o melhor saldo de gols.
Estádio: Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Árbitro: Anderson Daronco / Assistentes: Rodrigo Figueiredo Henrique Corrêa (RJ) e Rafael da Silva Alves (RS) / VAR: Rodrigo D'Alonso Ferreira (SC).
Público: 44.190 / Renda: R$ 1.675.735,00
Cartões amarelos: Richard Ríos (PAL) / Cartões vermelhos: não houve
Gols: Endrick (PAL), aos 20 min do 1° tempo; Nikão (CRU), aos 34 min do 2° tempo.
Rebaixamento do Santos.
Pela primeira vez em sua história, o Santos foi rebaixado para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro. Para ficar na primeira divisão sem depender de outros resultados, o time praiano precisava vencer o Fortaleza na última rodada, mas perdeu por 2 a 1, com o segundo do time nordestino saindo nos acréscimos do segundo tempo.
O placar na Vila Belmiro, combinado com a vitória do Bahia em cima do Atlético-MG e a do Vasco sobre o Bragantino, sacramentou a primeira queda da equipe paulista. No primeiro ano após a morte do Rei Pelé, com o campeonato inclusive recebendo a alcunha de Brasileirão Rei em homenagem ao eterno camisa 10, o time da Vila Belmiro teve uma temporada marcada por fracassos em série dentro e fora de campo.
O ano trágico para a equipe do litoral teve eliminações precoces no Campeonato Paulista, na Copa Sul-Americana e na Copa do Brasil. No Brasileiro, o time da Vila Belmiro ainda sofreu uma goleada de 7 a 1 para o Internacional.
A primeira queda da formação praiana para a Série B vai entrar na conta da gestão do presidente Andres Rueda. Na avaliação dos críticos, faltaram critério e planejamento na contratação de jogadores e treinadores, nas categorias de base e também no elenco profissional. Desde que o dirigente assumiu o clube, em 2021, nove técnicos passaram pelo banco de reservas.
O rebaixamento foi o último ato de Rueda à frente da agremiação. No próximo sábado (9), o Santos elege o presidente do clube pelos próximos três anos, em mandato de 2024 a 2026. Cinco postulantes disputam o cargo: Ricardo Agostinho, Wladimir Mattos, Rodrigo Marino, Maurício Maruca e Marcelo Teixeira.
Com a queda do Santos, agora restam apenas São Paulo e Flamengo como os times da elite do futebol brasileiro que nunca foram rebaixados para a segunda divisão na história.
Estádio: Vila Belmiro, em Santos (SP)
Árbitro: Leandro Pedro Vuaden (RS) / Assistente 1: Bruno Boschilia (Fifa - PR)
Assistente 2: Michael Stanislau (RS) / VAR: Pablo Ramon Goncalves Pinheiro (Fifa-RN)
Público 14.130 / Renda R$ 708.607,50
Cartões amarelos: Dodô e Gabriel Inocêncio (Santos) e José Welison, Pochettino e Yago Pikachu.
Gols: Santos: Messias, aos 12 minutos do 2T / Fortaleza: Marinho, aos 38 minutos do 1T; Lucero, aos 49 minutos do 2T
Santos
João Paulo, João Basso (Jair), Messias e Dodô (Nonato); Lucas Braga, Tomás Rincón (Lucas Lima), Jean Lucas (Maximiliano Silvera), Soteldo e Gabriel Inocêncio; Marcos Leonardo e Furch (Weslley Patati). T.: Marcelo Fernandes.