Oriunda das tradições celtas do Samhain, o Halloween é celebrado anualmente em 31 de outubro. Não se trata de um feriado oficial, mas a festa é característica do calendário nos Estados Unidos, uma tradição passada de pais para filhos.
Uma das práticas que mais chama a atenção envolve sair pela vizinhança batendo de porta em porta em busca de guloseimas. O costume é realizado majoritariamente por crianças e adolescentes.
Geralmente fantasiados, eles coletam balas, pirulitos e chocolates sob a ameaça de aplicação de uma travessura, caso os doces não sejam entregues. Você já deve ter visto isso em filmes de Halloween.
Em que país o “doces ou travessuras” começou?
Os celtas não constituíam um país, entretanto vários povos tinham formatação cultural semelhante. Viveram principalmente na Europa Central, mas sua presença pode ser notada em diferentes partes do continente.
A região que é mais conhecida pelas tradições célticas corresponde às ilhas britânicas, territórios que hoje respondem pela Inglaterra, País de Gales, Escócia e as duas Irlandas.
Ali, esses povos celebravam a época da colheita com um grande festival, o Samhain, durante o qual grandes fogueiras eram feitas, fantasias eram utilizadas para espantar maus espíritos, bem como o dinheiro e a comida eram pedidos pelas crianças.
Por que se pede doces ou travessuras no Halloween?
Essa mudança foi implementada com a chegada do Halloween à Nova Inglaterra — nome dado à primeira região colonizada pelos ingleses no que hoje convencionamos chamar de Estados Unidos.
O avanço do cristianismo sobre os territórios celtas e a incorporação desses povos pelos Romanos e, posteriormente, o estabelecimento de nações foram modificando o caráter da celebração.
Com a Independência dos Estados Unidos, em 4 de julho de 1776, havia um desejo de romper laços, dando um caráter mais próprio ao já estabelecido Halloween. Foi assim que a comida e o dinheiro pedidos pelos pequenos virou “doces ou travessuras”.
Além disso, nos primeiros anos do século XX, houve o impulsionamento do consumo de doces por parte da indústria alimentícia. Usava-se como mote que doces ou travessuras era uma maneira barata de as comunidades celebrarem o Dia das Bruxas.
Também defendiam que fornecer doces poderia impedir atos de vandalismo. Atualmente, a data movimenta US$ 6 bilhões ao ano na economia, segundo maior volume perdendo apenas para o Natal.
Pressão por menos guloseimas
Acabar com a brincadeira de “doces ou travessuras” não é algo novo. Ao longo da história, foram várias as vezes em que tentaram encerrar essa tradição do Halloween. A maior motivação foram os atos de vandalismo praticados como “travessuras”.
Depredações de patrimônios público e privado chegaram a colocar a festa em risco. Todavia, oferecer doces foi a solução. Só que o impulso da indústria alimentícia não foi bem-visto.
Os EUA, por exemplo, são conhecidos por comportamentos alimentares não muito saudáveis, e sabe-se que o consumo de doces pode causar diversas doenças.
O primeiro movimento para modificar essa tradição do Halloween surgiu no século XIX. Naquela época, acreditava-se que a celebração estava muito concentrada no consumo de doces e no uso de fantasias e pouco em celebrar em comunidade.
Atualmente, o novo Guia Alimentar para Americanos, documento quinquenal que dita diretrizes alimentares para a população, é o novo “inimigo”. Apesar de a comunidade acadêmica considerá-lo desatualizado, ele tem apontado o doce como vilão.
Quais são as travessuras feitas se não oferecer doces?
Por décadas, as travessuras realizadas na celebração do Halloween eram, na verdade, vandalismo. Hoje, as brincadeiras são mais simples e lúdicas. As principais envolvem:
Assustar as pessoas na rua;
Deixar mensagens aterrorizantes em espelhos;
Colocar escada diante da porta da frente;
Cobrir o vaso sanitário com filme plástico;
Alterar o horário dos relógios.
Outra bastante comum é a de espalhar papel higiênico em árvores e nas fachadas de residências. Por fim, tem quem interprete histórias de terror como se fossem reais, nas travessuras mais incisivas.
