Em São Paulo, entre 2019 e 2023, a taxa de pobreza aumentou 44%, passando de 11,7% para 16,9%. O indicador aponta as pessoas em situação de pobreza e de extrema pobreza inscritas no Cadastro Único do governo federal sobre o total da população.
O estado mais rico do país tem 7,89 milhões de pessoas e 3,36 milhões de famílias na pobreza e extrema pobreza, de acordo com dados do governo estadual.
Para piorar o quadro, as cidades de Campinas e São José dos Campos lideram o ranking do interior com a maior quantidade de famílias em condição de pobreza e extrema pobreza. A contradição é que os dois municípios estão entre os três mais ricos do interior do Brasil, segundo o IBGE.
Excetuando os municípios da RM São Paulo, Campinas lidera o ranking do interior paulista com 184.281 pessoas e 79.348 famílias na pobreza e na extrema pobreza.
São José dos Campos registra 135.199 pessoas e 59.962 famílias nessa mesma condição. Em terceiro, Sorocaba tem 102 mil pessoas nessa situação, 24,5% a menos do que a maior cidade da RMVale.
O Vale ainda é a sétima entre 21 regiões paulistas em que a taxa de pobreza mais aumentou entre 2019 e 2023. O indicador passou de 12,4% para 18,7%, um crescimento de 50,81% no período. O recorde estadual é da região de Ribeirão Preto, com alta de 60,92% na taxa.
Na RM Campinas, a taxa de pobreza saltou de 8,8% em 2019 para 12,3% neste ano, um aumento de 39,77%.
PRECARIEDADE DO TRABALHO
Considerado o ‘melhor programa social do mundo’, o emprego formal tem na informalidade e no subemprego os principais obstáculos para ajudar a superar a pobreza e a extrema pobreza.
A triste notícia é que ambos crescem no país desde a Reforma Trabalhista de 2017 e a precariedade do trabalho também foi um dos fatores do aumento da pobreza.
“Tem relação com a situação macroeconômica quanto com uma contrarreforma trabalhista que tem como principal significado a corrosão dos direitos no Brasil”, disse o professor de Sociologia da Unicamp, Ricardo Antunes, em entrevista ao portal da universidade.