Com atraso de dois anos, principalmente em razão da pandemia do novo corona-vírus, o primeiro nanossatélite totalmente desenvolvido pela indústria brasileira está pronto para ser lançado à órbita da Terra.
O equipamento foi feito em São José dos Campos pela Visiona Tecnologia Espacial, joint-venture entre a Embraer e a Telebrás e com sede no Parque Tecnológico.
Desde 2018, o nanossatélite vem completando longos e complexos ciclos de testes no Laboratório de Integração e Testes do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), também na maior cidade do Vale do Paraíba.
Batizado de VCUB, o nanossatélite é o primeiro totalmente desenvolvido pela indústria brasileira e foi submetido a testes de danos, como eletromagnetismo, vácuo, temperatura e outras condições adversas que encontrará em órbita.
O equipamento foi aprovado em todos os testes e agora segue viagem até o estado da Califórnia, nos Estados Unidos, onde será realizado seu lançamento no segundo trimestre de 2023. A meta inicial era em 2020.
Por meio de contrato de parceria com a Visiona, a Prefeitura de São José dos Campos foi convidada, em 2021, a participar da homologação dos produtos do nanossatélite.
O acordo prevê o recebimento das imagens de alta resolução coletadas pelo nanossatélite que permitirão mapeamento de uso e cobertura da terra, podendo prevenir, por exemplo, irregularidades ambientais. A análise técnica das imagens será feita por servidores da Secretaria de Urbanismo e Sustentabilidade.
“Os novos produtos tecnológicos oferecidos pelo nanossatélite vão ampliar e melhorar as ações de fiscalização contra degradação ambiental no município de São José dos Campos”, disse Marcelo Manara, secretário de Urbanismo e Sustentabilidade de São José.
AMBIENTE
Segundo Manara, a parceria potencializa a capacidade de São José de viabilizar novas soluções para a melhoria contínua do planejamento e da qualidade ambiental urbano e rural, além de estimular o desenvolvimento tecnológico e socioeconômico da cidade.
A prefeitura informou que, por se tratar de uma nova tecnologia, vai validar as imagens coletadas pelo nanossatélite sem nenhum custo financeiro durante a vigência do contrato.
Outros órgãos também receberão imagens do nanossatélite feito em São José, numa rede de parceiros que conta com Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) e Inpe, e mais outras sete instituições e o governo de Santa Catarina.
“O VCUB deverá demonstrar a capacidade da Visiona em conceber sistemas espaciais de alto desempenho. Apesar de estar situado na classe dos nanossatélites e possuir apenas 12 quilos de massa, o VCUB possui arquitetura altamente sofisticada e equipamentos de missão de última geração”, informou a empresa.