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Caso Marco Aurélio: Polícia vai escavar outro local onde menino pode estar enterrado.

Escavação será feita em local em que filha do antigo dono da área afirmou ter visto uma cova, em 1989.

Publicada em 14/11/22 às 09:03h - 312 visualizações

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Caso Marco Aurélio: Polícia vai escavar outro local onde menino pode estar enterrado.
 (Foto: RADIO WEB NEW VALE)
Uma nova escavação será feita na base do Pico dos Marins, em Piquete, local onde o escoteiro Marco Aurélio desapareceu em 1985 durante uma expedição até o topo da montanha. O inquérito sobre o desaparecimento do menino, que tinha 15 anos na época, foi reaberto em 2021. O pedido de reabertura teve como base relatos de uma filha do antigo proprietário da área onde os escoteiros haviam acampado. As declarações dela levantaram a hipótese de que Marco Aurélio poderia ter sido morto e enterrado no local.

Com a abertura do inquérito, uma área foi escavada em julho de 2021, dentro do imóvel onde morava o antigo proprietário, mas nada foi encontrado. Dessa vez, a escavação será em uma área externa, que é de proteção ambiental - devido à necessidade de licenças dos órgãos ambientais, foi preciso esperar quase um ano e meio para essa ação.

SUPOSTA COVA.

No dia 4 de julho de 1989, pouco mais de quatro anos após o sumiço de Marco Aurélio, um filho de Afonso Xavier, antigo proprietário da área onde os escoteiros acamparam em 1985, também desapareceu e nunca mais foi visto. À época, João Carlos Xavier tinha 38 anos.

Após o desaparecimento de João Carlos, duas das filhas de Afonso, que moravam em Minas Gerais, foram até Piquete para ajudar nas buscas ao irmão: Helena da Conceição Xavier e Marlene da Conceição Xavier. Foi nessa época que Helena disse ter visto na propriedade algo semelhante a uma cova. “Uns dois meses depois do meu irmão sumir, entramos no mato e vimos uma cova. Mas não conseguimos cavar, porque a gente não tinha ferramentas”, disse à reportagem em 2021. “[A cova] era uma escavação, já cheia de terra, do tamanho do corpo de uma pessoa, mais ou menos”, afirmou. À época, o caso passou despercebido. É nessa área da suposta cova que será feita a nova escavação.

Afonso morreu em junho de 1997, e a esposa morreu há mais de 20 anos. O relato sobre a cova só reapareceu em 2019, quando Helena estava em dificuldade financeira e voltou à Piquete, para morar com o casal de amigos que adquiriu a propriedade que era de seus pais – o local foi transformado em um espaço de hospedagem e restaurante para quem visita o Pico dos Marins; a antiga casa da família, por exemplo, foi derrubada há sete anos e deu lugar a uma edificação que já abrigou uma igreja batista e hoje serve de residência para outros amigos dos atuais proprietários.

Helena chegou a morar no local durante seis meses em 2019, e que nessa época contou aos atuais proprietários sobre a possível cova que teria visto 30 anos antes. Após o relato, ela teria recebido autorização para fazer buscas na área – o que para ela seria uma busca tanto pelo irmão, quanto pelo escoteiro. “Nós ficamos uns quatro meses cavando lá. Cavamos muito, para ver se achava algo. Mas não achamos nada. Nós queríamos descobrir a verdade, mas infelizmente não conseguimos”, afirmou Helena, que hoje mora em Wenceslau Braz (MG). O atual proprietário da área relatou o ocorrido ao pai do escoteiro, e foi essa a informação que fez Ivo Simon solicitar à Polícia Civil a reabertura das investigações.

DESAPARECIMENTO.

Na manhã do dia 8 de junho de 1985, que era um sábado, um grupo de cinco pessoas de São Paulo, formado por quatro escoteiros de 15 anos e pelo líder Juan Bernabeu Céspedes, à época com 36 anos, partiu do acampamento para tentar alcançar o cume do Pico dos Marins, que fica a 2.420 metros. No meio do caminho, a cerca de 1.700 metros de altitude, um dos garotos torceu o pé. Era por volta de 14h. Céspedes autorizou, então, que Marco Aurélio voltasse sozinho ao acampamento, para pedir ajuda, enquanto os demais levavam o rapaz que havia se machucado e que caminhava com dificuldade.

Logo na sequência, em uma bifurcação, Marco Aurélio seguiu pelo caminho da esquerda e Céspedes orientou que o grupo fosse pela direita, por entender que seria impossível, com o menino machucado, superar obstáculos da outra passagem. O líder dos escoteiros acreditava que as trilhas se juntariam adiante, mas isso não ocorreu. O grupo se perdeu e só conseguiu chegar ao acampamento às 5h do dia seguinte. No local, encontraram a mochila de Marco Aurélio fora das barracas, mas o garoto não estava lá.

As buscas se estenderam por 28 dias e reuniram aproximadamente 300 pessoas, entre policiais civis, militares, mateiros, espeleólogos (especialistas em grutas e cavernas), alpinistas, além de aeronaves. Nenhuma pista do paradeiro do escoteiro foi encontrada.




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