Os metalúrgicos da General Motors de São José dos Campos aprovaram, nesta quinta-feira (19), a proposta de acordo da Campanha Salarial, que valerá por dois anos. Para este ano, os trabalhadores conseguiram reajuste integral da inflação (3,71%), R$ 20 mil de PLR (Participação nos Lucros e Resultados) em 2025 e 100% de aumento no valor do vale-alimentação. A decisão foi tomada em assembleia unificada, entre o primeiro e segundo turnos da GM.
A nova proposta foi resultado da pressão realizada pelos trabalhadores, que estavam em estado de greve havia mais de uma semana.
Na segunda-feira (16), os operários rejeitaram as duas propostas apresentadas pela direção da montadora e ameaçaram entrar em greve se não houvesse avanços. Com a decisão dos trabalhadores, a GM foi obrigada a voltar à mesa de negociação com o Sindicato (filiado à CSP-Conlutas).
A GM queria modificar a cláusula que garante a estabilidade no emprego para os trabalhadores lesionados. Com a negociação, ficou garantida a manutenção da cláusula, nos termos do último acordo.
O acordo aprovado hoje inclui:
Reajuste salarial de 100% do INPC em 2024 (3,71%) e 2025;
100% de aumento no vale-alimentação, que vai para R$ 800;
PLR em 2025: R$ 20 mil;
PLR em 2026: R$ 20 mil mais 100% do INPC;
Piso salarial: 100% do INPC em 2024 e 2025;
Congelamento do valor cobrado pela alimentação e transporte em 2024, 2025 e 2026.
Abertura de PDV na fábrica: 5 salários + R$ 85 mil ou Onix Hatch L5 + plano médico de 6 meses ou R$ 12 mil, para trabalhadores com 7 anos ou mais de casa.
Investimentos
A GM anunciou, no dia 4, um investimento de R$ 5,5 bilhões nas plantas de São José dos Campos e São Caetano do Sul. O anúncio, recebido com otimismo, foi usado pela montadora como forma de realizar ameaças veladas para que os trabalhadores aceitassem propostas rebaixadas. Os metalúrgicos repudiaram a chantagem que a empresa tentou impor e responderam com mobilização.
“O acordo aprovado comprova que é necessário avançar na mobilização para obter mais conquistas. O que foi conquistado é superior ao que a General Motors queria fazer passar, no início desta semana. Por fim, foram os trabalhadores que decidiram, em votações absolutamente democráticas. O Sindicato, como sempre, respeita a decisão da categoria”, afirma o presidente em exercício da entidade, Valmir Mariano.
A planta da GM em São José dos Campos tem cerca de 3.250 trabalhadores e produz os modelos S10 e Trailblazer.
