A gasolina e o etanol já estão mais caros nos postos de combustíveis de todo o país, depois da volta da cobrança parcial dos impostos federais nesta 4ª feira (1°.mar).
O economista Francisco Rodrigues esteve em postos da capital federal, e faz um alerta: "de ontem pra hoje já teve uma variação de aumento de R$ 0,50 a R$ 0,60 na média, mas tem postos em Brasília que já aumentou de ontem pra hoje mais de R$ 1,30, então cuidado com a especulação".
Com a volta da cobrança parcial do PIS e da Cofins, os impostos federais, a estimativa era de uma alta de R$ 0,47 no preço do litro da gasolina e de R$ 0,02 no litro do etanol.
No caso da gasolina, os postos deveriam considerar também o corte de R$ 0,13 no preço do litro, cobrado pela Petrobras das distribuidoras, mas o presidente do Sindicombustíveis do DF explica porque essa redução anunciada pela estatal não vai totalmente para o bolso do motorista.
"A gasolina, para ser abastecida nos veículos, nos postos, é composta de 73% da gasolina tipo A, que teve uma redução de R$ 0,13, e mais 27% de anidro. Então, pegando a proporção matemática, 73% de R$ 0,13, terá uma redução de apenas pouco mais de R$ 0,09", afirma Paulo Tavares.
O diesel segue sem cobrança de imposto federal e teve redução de R$ 0,08 por causa do anúncio feito pela Petrobras.
Nos cálculos para reduzir o impacto da volta dos impostos, o governo contou com a política de paridade de preços praticada pela Petrobras, que leva em consideração o que acontece no mercado internacional.
Em fevereiro, o preço do barril do petróleo teve queda -- e essa redução não havia sido repassada ao consumidor. O governo conta com a manutenção dessa condição para que os combustíveis não sejam reajustados de novo nos próximos quatro meses.
As perspectivas externas, porém, não são animadoras. "Acho que é prematuro a gente afirmar, mas a gente tem que ficar atento que existe a possibilidade da Petrobras ter a necessidade, dentro da sua política de preço, de ter que anunciar algum aumento, nos próximos dias, nas próximas semanas", diz Sérgio Araújo, presidente da Associação Brasileira dos Importadores dos Combustíveis (Abicom).