Os suspeitos presos pela Polícia Federal por participação em esquema para receber repasses de emendas parlamentares são os irmãos Roberto Rodrigues de Lima e Renato Rodrigues de Lima. Eles seriam os responsáveis por inserir os dados fraudulentos no SUS, mesmo sem nenhum vínculo com as prefeituras das cidades.
O Ministério Público Federal diz que os desvios ocorreram pela falha do Ministério da Saúde no controle da produção ambulatorial dos municípios, e aponta também que falta uma análise concreta dos recursos enviados por emendas parlamentares aos municípios.
O Ministério da Saúde alega que instaurou um processo de auditoria interna para apurar possíveis irregularidades. O grupo criminoso atuava no Piauí e no Maranhão. Foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão nesta 6ª.
No Maranhão, a Justiça Federal bloqueou R$ 78 milhões de fundos de saúde de 20 municípios do estado. O dinheiro é a soma do que as prefeituras teriam arrecadado de forma fraudulenta.
Só a prefeitura de Igarapé Grande, cidade a 360 quilômetros de São Luís, informou ter realizado mais de 12.700 radiografias de dedo, em 2020, só que a população é de 11.500 habitantes. Em Afonso Cunha, no leste do estado, a prefeitura disse ter feito 30 mil ultrassonografias de próstata entre 2020 e 2021.
O número é pelo menos quatro vezes maior do que a população total do município, segundo dados do Ministério Público. As prefeituras de Igarapé Grande e Afonso Cunha não se pronunciaram.