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Acusações de satanismo e vídeo na maçonaria marcam início da campanha no 2º turno.

A guerra dos apoiadores, quem vence?

Publicada em 05/10/22 às 18:52h - 57 visualizações

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Acusações de satanismo e vídeo na maçonaria marcam início da campanha no 2º turno.
 (Foto: RADIO WEB NEW VALE)
Em um grupo de WhatsApp que reúne pessoas de diferentes opiniões políticas, um usuário compartilha um link para um vídeo mostrando o presidente Jair Bolsonaro (PL) fazendo um discurso no que parece ser uma loja da Maçonaria. "Que absurdo! Eu, como cristão, não voto mais!", diz ele.

Outra pessoa rebate: "Se quer ver realmente um lado religioso nas campanhas, veja matéria de ontem". O link que encaminha é de uma "reportagem" sobre um vídeo que acusa o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de ser satanista.
Esse diálogo ilustra a guerra entre campanhas que já dominou as redes nos dois primeiros dias de campanha para o segundo turno.

Eleitores devem escolher entre Bolsonaro e Lula para a Presidência do país no dia 30 de outubro. Ataques de teor religioso repletos de desinformação foram amplamente usados contra Lula no primeiro turno. Os episódios dessa segunda fase de campanha repetem a fórmula, dessa vez tirando informações de contexto para atacar a imagem de ambos os candidatos.

 O vídeo compartilhado por bolsonaristas foi gravado por um influenciador que se define como satanista e não tem ligação com o ex-presidente nem com suas propostas de governo.
Em frente a uma bandeira com o rosto de Lula, ele diz que apoiadores de Bolsonaro "estão arruinados". O vídeo foi publicado no TikTok, onde o influenciador tem quase um milhão de seguidores.

O vídeo viralizou quando foi compartilhado em massa por bolsonaristas, ao lado de mensagens como a de que o Brasil estaria correndo um "risco espiritual" caso Lula seja eleito.

Nesta terça (4), o influenciador publicou outro vídeo dizendo que sua fala foi tirada de contexto. "O candidato Lula não tem qualquer ligação com nossa causa espiritual".

A campanha de Lula reagiu e publicou uma nota desmentindo ligação do candidato com o satanismo.

"Bolsonaristas soltaram um vídeo que tenta ligar Lula e o satanismo. Essa relação não existe. Espalhar isso é abusar da boa-fé das pessoas de fé", disse, em nota. "Lula é cristão, católico, crismado, casado e frequentador da igreja. Não existe relação entre Lula e o satanismo."

Mas o vídeo já havia alcançado milhões por meio de páginas bolsonaristas no Instagram.

Mais de 2,2 milhões de pessoas haviam visualizado o conteúdo publicado pelo perfil da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) na tarde de segunda-feira. Sob o vídeo, ela escreveu: "A guerra é espiritual! É o bem contra o mal!". Campanha de última hora dentro de igrejas evangélicas pode ter ampliado votos de Bolsonaro, diz cientista política americana

E o mesmo conteúdo foi visto 1,1 milhão de vezes na página do pastor e deputado federal Marco Feliciano (PL-SP). O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o senador eleito Cleitinho (PSC-MG) também publicaram o vídeo em suas redes.

Reação de apoiadores

Nas redes, apoiadores de Lula buscaram contra-atacar, divulgando um vídeo em que o mesmo influencer aparece criticando, e não apoiando, o candidato do PT. Mas o maior contra-ataque foi a divulgação do vídeo de Bolsonaro fazendo um discurso em uma loja maçônica.

Sem data, a gravação mostra Bolsonaro se apresentando como deputado federal e dizendo que não estava "candidato a nada", indicando que é anterior a 2019. Nas imagens, o atual presidente afirma que o Brasil vive uma ameaça tão grave, ou até mesmo maior, do que a corrupção, a questão "ideológica".

O vídeo foi compartilhado por diversos perfis em redes sociais como Twitter, Facebook, Instagram, TikTok e Kwai. Um dos posts, compartilhado por uma página que se descreve como de notícias sobre o mundo pop, tem mais de 8,5 milhões de visualizações e 170.000 curtidas.

A mesma página também repostou algumas notícias antigas sobre aliados de Bolsonaro e a maçonaria. Uma das mensagens fala sobre a deputada Carla Zambelli, que se casou em 2020 em uma cerimônia maçônica, e outra sobre o vice-presidente general Hamilton Mourão, maçom há mais de duas décadas. Em 2018, Mourão incluiu em sua campanha como vice de Bolsonaro visitas a templos dessa fraternidade de homens.



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