No mês passado a inadimplência nas contas de luz aumentou 7,92% na comparação com o mesmo mês de 2021. O aumento nesses atrasos só perde para a disparada da falta de pagamentos junto aos bancos, que cresceu 18,75% no mesmo período. Os números fazem parte de levantamento da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas ( CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC).
Desemprego e inflação em patamares muito altos ajudam a explicar o número maior de dívidas não pagas junto às concessionárias de energia. Há casos em que é ou comprar comida ou pagar a conta de luz. E os riscos vão além.
Dependendo da região do país, e da concessionária de serviços de energia, ficar sem pagar pode significar corte no fornecimento e negativação do nome do consumidor.
"Com a pandemia, muitas empresas evitaram negativar. Mas o critério é delas", observa Merula Borges, coordenadora financeira da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas.
Ainda de acordo com os executivos da CNDL e do SPC Brasil, os próximos meses não devem ser mais fáceis para o brasileiro ficar em dia com a conta de luz. Ao contrário, a tendência é de mais atrasos nos pagamentos.
Segundo o presidente da CNDL, José Cesar Costa, a instabilidade de um ano eleitoral, o menor fôlego para as reformas estruturais e as mudanças no processo de ajuste das contas públicas são desafiadores. "A economia ainda vai levar um tempo para se recuperar e, portanto, o consumidor deve evitar se endividar para não correr o risco de ficar inadimplente", diz.
A boa notícia fica por conta do pós-eleição. O cenário para a regularização das pendências dos consumidores com as contas de energia elétrica tende a ser mais favorável depois de definido o novo presidente. Ganhe quem ganhar a eleição.