Com o fim das negociações entre a Avibras e o investidor que estava interessado na compra da fábrica, o Sindicato intensificou as atividades para cobrar do poder público medidas em favor dos trabalhadores e que levem à sobrevivência da maior indústria de Defesa do país.
Dirigentes do Sindicato foram a Brasília, na quarta (11) e quinta-feira (12), e reuniram-se com representantes do Ministério da Defesa, do Gabinete da Presidência da República e da Casa Civil.
Em resposta aos relatos do Sindicato, autoridades afirmaram que existem outras empresas interessadas em comprar a Avibras e que esses investidores estão em tratativas com o governo federal. As propostas comerciais já estariam sendo formuladas.
A informação foi dada num importante momento. Depois de 45 dias de negociações com a Avibras, um investidor desistiu da compra e gerou frustração aos trabalhadores, que esperavam pela concretização do acordo para a venda da empresa e, consequentemente, levasse à regularização dos 20 salários que estão atrasados.
Nas reuniões em Brasília, o Sindicato defendeu que o governo federal faça parte das negociações e, principalmente, realize investimentos e assine novos contratos com a fábrica. Também propõe que o governo antecipe o pagamento do contrato de R$ 360 milhões que o Exército brasileiro mantém com a Avibras.
BNDES
O Sindicato também esteve no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), no dia 5, e realizou uma manifestação em frente à sede do banco, no Rio de Janeiro. Uma comissão de dirigentes do Sindicato e trabalhadores da Avibras foi recebida por representantes da instituição financeira.
O Sindicato apontou a necessidade de liberação de recursos para que a fábrica volte a operar e pague o que deve aos trabalhadores. O representante do BNDES afirmou que somente será possível viabilizar apoio para financiamento de exportações, se houver a troca do controle da Avibras.
Vereadores
Além de cobrar o governo federal, o Sindicato também está cobrando apoio de vereadores de São José dos Campos e de Jacareí, onde a fábrica está localizada. No dia 10, foi organizada uma manifestação na galeria da Câmara de São José dos Campos.
“O Sindicato defende a estatização da Avibras, mas mesmo que continue como empresa privada, sem investimentos do estado a fábrica não vai sobreviver. Estamos falando de uma indústria bélica certificada como estratégica para a soberania do país. O governo Lula já demorou demais para intervir nessas negociações”, afirma o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves.